Tropas de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) removeram as cercas de arame farpado ao redor do palácio presidencial do Haiti e algumas lojas reabriram nesta quinta-feira (10), enquanto uma calma aparente voltava à capital haitiana após três dias de saques e violência. A expectativa agora é pela renúncia do primeiro-ministro do Haiti, Jacques Edouard Alexis, pedida pela maioria do Senado na noite de ontem. Se Alexis não renunciar poderá enfrentar um voto de confiança no Senado no sábado.

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Algumas barricadas levantadas por manifestantes também foram derrubadas na madrugada de hoje em Porto Príncipe. O presidente René Préval fez um apelo na televisão ontem para frear os protestos contra os preços em alta dos alimentos, que levaram aos saques e choques com as tropas as ONU. Mulheres vagavam pelo centro de Porto Príncipe com cestas de comida sobre suas cabeças mas a tensão permanecia alta na favela de Martissant, onde populares gritavam ameaças contra motoristas de automóveis que passavam e pichações traziam escrito "Fora Préval.

Os tumultos começaram na semana passada na cidade de Les Cayes, no sul, onde cinco pessoas foram mortas, e depois espalharam-se para a capital e as cidades do norte. Cerca de dois milhões de pessoas vivem na área de Porto Príncipe, a maioria em favelas. O Haiti é o país mais pobre das Américas. Milhares de pessoas saíram às ruas da capital em protesto contra o preço em alta dos alimentos. Lojas foram saqueadas e manifestantes apedrejaram motoristas e comerciantes.

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