Caiu na Rede Sol, é artista voluntária

Um cartão de telefone levou a estudante de pedagogia Carolina de Kácia, 26 anos, para a Rede Sol – maior programa de voluntariado da Prefeitura de Curitiba. No final de 2006, ela trocou Belém do Pará por Curitiba, a cidade que escolheu para concluir a faculdade. Morava com a família em Belém e o pai – engenheiro da Eletronorte – havia sido transferido para o Estado de Roraima e ela queria continuar estudando. A irmã, biomédica da equipe de Genoma da PUC, já estava em Curitiba havia mais de um ano.

Mas a menina do Norte do Brasil deixava lá um trabalho com idosos que para ela, ficara inacabado. Era preciso dar seqüência à missão. Mas a prioridade, logo que chegou a Curitiba, era conseguir a transferência do curso, resolver questões de moradia, ambientar-se e, principalmente, ?aclimatar-se?. Mesmo em dezembro, quando chegou, ela diz que passou apertada com o frio (?). A saudade de casa resultou num monte de telefonemas para a família, foi fisgada e fez cair na Rede Sol a recém-chegada paraense, bem humorada e de bem com a vida.

?Quando me mudei para Curitiba, no final de 2005, usava muito cartão telefônico para me comunicar com minha família. Foi num desses cartões que eu vi uma propaganda do programa Rede Sol e resolvi ligar. Conversei com a Mari, coordenadora do programa lá na Fundação Cultural e pronto, virei voluntária?, conta Carolina.

Flor de Belém

Lá em Belém, Carolina fazia a personagem ?Doutora Flor? que visitava asilos para conversar e brincar com os idosos. Ela diz que no começo não foi fácil porque como não estavam acostumados com visitas, ficaram um pouco arredios no começo. ?As poucos fui conquistando a confiança deles.? Ela conta que foi convidada para escrever uma autobiografia de um dos internos. ?Pena que elemorreu e a obra ficou inacabada.?

Ela diz que embora algumas pessoas defendam que o voluntário não deve se deixar envolver emocionalmente com seus ?clientes?, ela não consegue esse distanciamento. ?Acho que com distanciamento total não dá nem para começar.?

Para atuar na Rede Sol, a voluntária desenvolveu outro personagem, a ?Borboleta Flor? que em Curitiba visita hospitais para trabalhar com o público infantil.

Maluco-beleza

Os voluntários da Rede Sol são artistas e Carolina não se sente uma artista propriamente dita. ?Costumo dizer que sou uma ?palhaça? de teimosa. Às vezes me pergunto: o que é que uma estudante de pedagogia estaria fazendo nessa rede de adoráveis malucos-beleza??

Na opinião dele o programa Rede Sol é ?tudo de bom, desde os organizadores, os voluntários… O público então, só estando dentro para entender e a quantidade de vezes que a gente se emociona, sente frio na barriga, aperto no peito, alívio na alma, enfim, todos esses componentes dos sentimentos humanos?.

Sirley Cardoso – Especial para o Jornal O Estado do Paraná

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