Até o julgamento do pedido de extradição, pela Justiça de Mônaco o ex-banqueiro Salvatore Cacciola deve ser mantido na maison d’arrêt (casa de detenção) com vista para o Mar Mediterrâneo na qual está retido desde o dia 15. A previsão foi feita pelo diretor do Serviço de Administração Judiciária do principado, Philippe Narmino.
De acordo com a Lei de Extradições do país (lei 1.222, de 1999), Cacciola tem direito a solicitar hábeas corpus enquanto estiver preso, mas a tendência é de que ele não seja liberado. O Principado de Mônaco é vizinho da Itália, onde o ex-banqueiro vive e tem cidadania, o que já impediu sua extradição para o Brasil em 2001. Na semana passada, o advogado de defesa monegasco, Frank Michel, disse ao Estado que pediria a soltura quando o governo brasileiro formalizasse a demanda de extradição. Sua estratégia deverá se concentrar em encontrar falhas no pedido do Brasil.
A tendência, contudo, é de que o ex-banqueiro continue preso até que a decisão do Tribunal de Recursos e do príncipe Albert II sejam anunciadas, até o fim da primeira quinzena de novembro. Narmino reconheceu que existe amparo na lei para que a defesa solicite a liberdade de seu cliente, mas minimizou as chances de que o hábeas seja aceito pelo juiz de instrução do caso.