A administração do presidente George W. Bush está solicitando ao Congresso dos Estados Unidos que exclua a Líbia de uma lei antiterrorismo. Segundo a lei atual, vítimas do terror podem pedir à Justiça dos Estados Unidos que arreste bens dos países em território americano. Bush assinou a lei em janeiro, com atraso, porque ele temia que ela pudesse ser usada contra o Iraque. Temendo que isso ocorresse, os democratas retiraram o país do escopo dessa medida. Bush então confirmou a lei, assinando-a. Agora, a administração Bush pediu aos parlamentares para rapidamente excluírem a Líbia.
Gordon Johndroe, porta-voz de Bush para segurança nacional, disse que a medida poderia encorajar nações como a Líbia a agora auxiliarem os Estados Unidos a lutar contra o terror. Há um potencial de bilhões em investimentos de companhias norte-americanas no setor petrolífero líbio, bem como em outras áreas. Segundo Johndroe, as relações comerciais seriam um incentivo importante para que o país coopere com os EUA em ações de contraterrorismo. O pedido ao Congresso foi feito em uma carta enviada para o líder da maioria no Senado, Harry Reid, e a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, ambos democratas, e também para líderes republicanos.
O líder líbio, Muammar Kadafi, chegou ao poder em 1969, em um golpe de Estado. Um de seus primeiros atos foi remover a presença militar norte-americana do país, com o fechamento da base americana em Sirte. Os EUA romperam relações diplomáticas com o país 11 anos depois, em 1980, durante a era Reagan. A Líbia foi acusada de patrocinar o terrorismo na década de 1980 e o então presidente americano Ronald Reagan ordenou o bombardeio de Trípoli.
As relações começaram a melhorar durante o governo Bush, especialmente após o compromisso assumido por Kadafi no fim de 2003. O líder líbio garantiu que abandonaria seus programas de construção de armas de destruição em massa, não mais cometeria atos terroristas e pagaria compensações às famílias das vítimas de vários ataques, entre eles a explosão no vôo 103 da Pan Am, na Escócia. O Congresso norte-americano, porém, impede a liberação de verbas para que os EUA abram uma embaixada em Trípoli e adia uma audiência para confirmar a indicação do embaixador norte-americano para o país.