O presidente do Equador, Rafael Correa, pediu ao líder norte-americano, George W. Bush, que envie tropas para guardar a fronteira da Colômbia com o Equador, ou, caso contrário, "se calar" e evitar o tema. Em um discurso pronunciado na quinta-feira (13), na cerimônia de aniversário da Promotoria Geral, Correa fez esses comentários ao tratar do apoio de Bush ao bombardeio colombiano em solo equatoriano, que matou o número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes, e mais 24 pessoas.
"Senhor Bush, traga seus soldados, que sejam seus soldados os que morram na fronteira sul colombiana (limite com o Equador)", disse Correa. "Vamos ver se os americanos, os cidadãos dos Estados Unidos, vão aceitar tremenda barbaridade. Caso contrário cale a boca e entenda o que está se passando na América Latina." Correa fez as declarações pouco após o ministro da Defesa, Wellington Sandoval, e o secretário da Administração e Comunicação, Vinicio Alvarado, denunciarem o início de uma "campanha infame" para desacreditar o governo equatoriano nos meios de vários países.
As autoridades faziam referência a várias reportagens divulgadas nos últimos dias tratando de supostos vínculos entre militares, policiais e funcionários equatorianos com a guerrilha colombiana. Depois da ação militar colombiana em solo equatoriano, no dia 1º de março, a tensão entre Colômbia e Equador cresceu. Quito enviou tropas para a fronteira e rompeu as relações diplomáticas com o vizinho, ainda não retomadas, apesar do abrandamento do conflito após a reunião presidencial do Grupo do Rio, na República Dominicana.