Os protestos nas ruas contra o governo do Burundi continuavam pelo terceiro dia nesta terça-feira, com moradores se manifestando após o presidente Pierre Nkurunziza se candidatar a um terceiro mandato.
A forte presença das forças de segurança impediu que os manifestantes furiosos chegassem ao centro da capital. A polícia observava, enquanto manifestantes nos subúrbios de Bujumbura, a capital do país, queimavam pneus e erigiam barricadas nas ruas. Alguns lançavam pedras contra os policiais.
Em comunicado divulgado no fim da segunda-feira, a organização não governamental Human Rights Watch (HRW) afirmou que pelo menos duas pessoas morreram e várias ficaram feridas nos protestos. A Cruz Vermelha do Burundi confirmava seis mortes.
O partido governista do Burundi afirmou que os protestos “não estavam distantes de uma rebelião”, em comunicado da segunda-feira. Já o líder oposicionista Agathon Rwasa condenou hoje a polícia por agir como uma milícia do partido governista. Segundo ele, os protestos na rua continuarão até que Nkurunziza respeite a Constituição.
Nkurunziza chegou ao poder em 2005, após ser eleito pelos parlamentares do país. Ele concorreu sem oposição e foi reeleito em 2010. Segundo seus críticos, ele não pode constitucionalmente buscar um terceiro mandato. A eleição presidencial está marcada para 26 de junho, mas a tensão tem crescido desde janeiro, com milhares de pessoas fugindo para países vizinhos. Mais de 20 mil foram para Ruanda e pelo menos 4 mil para o Congo, segundo a Organização das Nações Unidas. Fonte: Associated Press.