O governo britânico informou neste sábado que considera um pedido da Rússia para ter acesso a Yulia Skripal, filha do ex-informante russo do serviço de inteligência britânico, Sergei Skripal. Ambos seguem internados após envenenamento por uma substância neurotóxica da era soviética ocorrido no Reino Unido.

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O departamento de Relações Internacionais britânico informou que está revisando uma solicitação da Rússia para encontrar com Yulia, uma cidadã russa, “em linha com nossas obrigações com as leis domésticas e internacionais”. A avaliação do governo britânico irá considerar os direitos e desejos dela, acrescentou.

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A primeira-ministra britânica, Theresa May, tem culpado o governo russo pelo ataque aos Skripals, acusação que é negada pelo Kremlin. May tem recebido forte apoio dos Estados Unidos e de seus aliados na Europa, que aceitam a versão britânica de que o governo russo foi o responsável pelo ataque com agente letal contra o ex-espião e sua filha.

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A Rússia tem negado as acusações. Oficiais russos insistem que tem o direito legal de encontrar com Yulia, de 33 anos, que vive em Moscou e estava visitando o pai em Salisbury, no sul da Inglaterra, quando foram envenenados, em 4 de março. Oficiais britânicos dizem que ela está se recuperando no hospital enquanto seu pai, de 66 anos, permanece em condição crítica.

A embaixada da Rússia em Londres chamou a recuperação da filha de Skripal de “boa notícia” em mensagem no Twitter na sexta-feira e disse que os diplomatas russos tinham o direito de vê-la pela Convenção sobre Relações Consulares de 1968. O caso provocou uma escalada de tensões entre os dois países, com os dois lados expulsando mais de 150 diplomatas um do outro em diversos países.

Em São Petersburgo, onde as autoridades russas exigiram que os EUA fechem as portas de seu consulado até a noite deste sábado, funcionários carregavam caminhões com caixas e malas. Em conversa com jornalistas, o cônsul dos Estados Unidos no país, Thomas Leary, disse que “está pronto para partir”.

Buscas em avião

Em outro sinal da deterioração da relação entre os dois países, a embaixada da Rússia no Reino Unido denunciou a realização de buscas em um voo vindo de Moscou da Aeroflot, companhia aérea russa, no aeroporto de Heathrow, em Londres. A ação, segundo os russos, viola normas internacionais da aviação.

Em mensagem no Twitter, a embaixada chamou a operação de “outra flagrante provocação das autoridades britânicas”.

Neste sábado, oficiais britânicos responderam que se tratava de uma operação de rotina realizada em alguns voos que chegam ao país. A Rússia enviou uma nota diplomática exigindo explicações. Fonte: Associated Press.