As unidades de saúde que oferecem atendimento pediátrico em regime de internação são obrigadas a instalar brinquedotecas. Esses espaços devem contar com brinquedos e jogos educativos que possam contribuir para diminuir o sofrimento durante o tratamento hospitalar. Essa lei, de autoria da deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), vale para todo o País desde março.
De acordo com a assistente social e educadora brinquedista, Ingrid Fabian Cadore, nesses espaços devem ser criados ambientes propícios "para um brincar que dá prazer, atendendo uma necessidade interior, que contribui para as emoções e faz com que a criança suporte a dor". Ingrid destaca que já está comprovado que as crianças que possuem esses espaços em ambientes hospitalares respondem muito melhor ao tratamento e recuperação.
Um ponto importante na obtenção desses resultados é ter a mediação de um adulto especializado nas brinquedotecas. "Ter uma pessoa com conhecimento faz da brinquedoteca um local organizado e, além de ser uma referência para essa criança, estabelece um vínculo afetivo", comenta Ingrid. Mas infelizmente, diz, a lei ainda é falha em relação à formação desses profissionais, pois não define quem pode atuar na área. "Não é só montar uma sala de jogos. É preciso ter uma pessoa com um perfil adequado que saiba entender as necessidades dessas crianças e mediar suas relações".
Necessidade
Independente do ambiente hospitalar, o ato de brincar é uma necessidade para a criança. De acordo com Ingrid, isso passou a ser sentido quando as crianças começaram a lotar os consultórios de psicólogos, com dificuldades de relacionamento e aprendizagem. Esse tipo de situação, comenta a brinquedista, é bastante comum em grandes cidades, onde as crianças passam grande parte do tempo em apartamentos, e por falta de espaço e com medo da violência, não se relacionam com outras crianças. "Jogar no computador não é prejudicial, desde que não seja a única brincadeira da criança", diz Ingrid.