O militante de extrema-direita que admitiu ter matado 77 pessoas no pior massacre em tempos de paz na Noruega disse a um tribunal nesta segunda-feira que ele merece uma medalha de honra pelo derramamento de sangue e pediu para ser libertado. Anders Behring Breivik sorriu enquanto era levado para o tribunal, algemado e vestido com um terno escuro, em sua última audiência de detenção programada antes de o julgamento ter início em abril. Ele esticou os braços em um gesto que seu advogado, Geir Lippestad, disse ser “algo como uma saudação militante de extrema-direita”.
Lendo um discurso preparado, o norueguês de 32 anos disse ao tribunal que o massacre no dia 22 de julho – levado a cabo com uma bomba, um rifle e um revólver – foi um ataque contra “traidores”, que ele afirmou que estavam apoiando a imigração para promover “uma colonização islâmica da Noruega”.
Como nas audiências anteriores, Breivik admitiu ter detonado uma bomba do lado de fora de um prédio do governo em Oslo e disparado contra um acampamento da juventude do Partido Trabalhista na ilha de Utoya, mas negou responsabilidade criminal e rejeitou a autoridade do tribunal.
Cerca de cem sobreviventes e parentes das vítimas assistiram à audiência sem acreditar no que ouviam, após Breivik pedir para ser solto e dizer ao juiz que ele deveria receber um honra militar pelos ataques mais mortíferos na Noruega em meio a tempos de paz.
O juiz Wenche Gjelsten ordenou que Breivik permanecesse em custódia até o julgamento começar, em 16 de abril. O suspeito enfrenta acusações de terrorismo, que podem levá-lo a 21 anos de prisão. Entretanto, se ele for considerado um doente mental grave, será enviado para tratamento psiquiátrico. As informações são da Associated Press.