O mato-grossense Kassir Aziz e o paulista Tzvi Chazan moram a apenas 10 quilômetros de distância um do outro. Entre eles, entretanto, está uma das mais turbulentas fronteiras do mundo, a que separa o território de Israel da Faixa de Gaza. Na mais recente onda de ataques entre israelenses e palestinos, os dois brasileiros ocuparam campos opostos no conflito – e ambos foram vítimas da violência.

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Aziz mora no campo de refugiados de Jabaliya, um dos mais populosos da Cidade de Gaza, com mulher, filhos, irmãos e cunhadas. “Uma bomba caiu a metros da minha casa e arrasou completamente uma mesquita, tudo virou pó”, contou, por telefone, ao jornal O Estado de S. Paulo. Seu bairro, no extremo norte de Gaza, fica diante da cidade israelense de Erez, um dos pontos onde Israel reúne tropas e tanques para uma eventual ofensiva terrestre contra o território palestino. Para Aziz, a ação de Israel é “criminosa”. “A situação aqui é realmente muito difícil e estamos com medo.”

“Medo” foi também o termo que Chazan utilizou para descrever seu cotidiano sob os foguetes Kassam lançados diariamente pelos grupos palestinos Hamas e Jihad Islâmica contra a região em que vive. Ele mora com mais 248 famílias no kibutz Bror Hail, fundado em 1948 e conhecido como “kibutz dos brasileiros”. “Há dias em que o alarme contra foguetes dispara 30, 40, 50 vezes e sempre temos de correr para nos proteger”, disse. Esse clima de guerra, de acordo com Chazan, só pode acabar com uma ação dura de Israel contra o Hamas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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