Brasileiro preso no Líbano pensa em pedir indenização por danos morais

Brasília – O médico pediatra brasileiro Mohamed Kassen Omais, preso no Líbano semana passada e liberado nesta sexta-feira (22) diz que pensa em acionar o governo libanês por danos morais sofridos durante a semana em que esteve preso. Ele passou por pelo menos três presídios em Beirute, capital do país.

?Eu vou estudar junto com o meu advogado se é possível acionar o governo libanês por algum dano moral que eu tenha sofrido, e eu tenho certeza que sofri; eu não sei se eu faço isso aqui ou se eu faço isso aí no Brasil, mas eu penso exatamente nisso?, afirmou, em entrevista à TV Brasil.

Segundo Omais, durante o período em que esteve preso, ele foi interrogado duas vezes, obrigado a assinar documentos sem entender o seu conteúdo e sempre foi tratado com gritos e empurrões, apesar de não ter sofrido agressão física.

?Agressão física propriamente não, mas agressão moral… era tratado com gritaria, com empurrões, uma falta de respeito muito grande com o ser humano, uma agressão psicológica?, conta.

Mohamed diz que em uma semana perdeu mais de cinco quilos. Ele conta que muitas vezes não tinha água, comida nem via o sol. ?São presídios onde não há vasos sanitários propriamente, é um buraco no chão, não havia água, não havia luz, eu não via a luz do sol, apenas por buracos estreitos, são presídios sujos?, descreve.

O médico brasileiro conta que passou todo o tempo sem entender bem o porquê da prisão. Ele diz que somente depois da liberação, o seu advogado pôde explicar o que aconteceu. Seu nome estava numa lista de procurados porque houve uma tentativa de uso de um documento seu, um tipo de passaporte libanês.

?Como eu sou descendente de libaneses, o meu pai fez o registro no consulado e eu larguei esse documento lá porque eu não faço uso dele, eu sempre viajo apenas com o passaporte brasileiro?, afirma.

?Na verdade não houve uma adulteração, houve uma tentativa de adulteração e não foi feito uso do documento?, explica.

Mohamed Kassen Omais foi detido na última sexta-feira (15) logo após se identificar no serviço de imigração do aeroporto de Beirute. Ele foi liberado na manhã de hoje (22). A expectativa da família é que o casal e os filhos voltem para o Brasil no dia 28 de fevereiro.

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