Brasileiro estava entre vítimas de massacre em NY

O brasileiro Almir Olímpio Alves, de 42 anos, foi uma das 13 vítimas do massacre de Binghamton, cidade a 280 quilômetros de Nova York. Alves estava assistindo a uma aula de inglês na Associação Cívica Americana, na sexta-feira (3), quando o vietnamita Jiverly A. Wong entrou atirando. Wong, de 41 anos, matou 13 pessoas e depois se suicidou. Entre os mortos estavam também quatro chineses, dois haitianos, dois americanos, um paquistanês, uma filipina, um vietnamita e uma iraquiana.

Alves era aluno de pós-doutorado em matemática na Universidade Estadual de Nova York em Binghamton desde setembro. “Toda a comunidade universitária está em choque. Foram confirmadas as mortes de Amir Alves, do Brasil, e Li Guo, da China, ambos pesquisadores na universidade”, disse a presidente da instituição, Lois B. DeFleur. Alves, que fazia aulas de inglês na associação, voltaria ao Brasil em julho.

Segundo o detetive Dennis Redner, ontem a polícia ainda estava tentando entrar em contato com a família de Alves. “Tivemos dificuldade por causa de problemas de tradução, já que os parentes não falam inglês”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo. Eram os únicos parentes ainda não contatados. De acordo com Redner, a maioria dos brasileiros da cidade se concentra na universidade. “Estamos levantando dados sobre o suspeito para determinar o motivo do crime, mas acreditamos que as vítimas possam ter sido aleatórias.”

Joseph Zikuski, chefe da polícia, informou que o vietnamita era alvo de chacota de colegas por não falar inglês direito, apesar de viver há quase 20 anos no país. Ele fazia aulas na associação de apoio a imigrantes e tinha perdido o emprego recentemente. Zikuski disse que o comportamento de Wong não chegou a surpreender quem o conhecia. “Ele se sentiu humilhado porque não conseguia falar inglês e ficava muito nervoso com isso.” No dia do massacre, uma recepcionista que levou um tiro na barriga se fingiu de morta e ligou para a polícia.

Os parentes das vítimas vão receber US$ 6 mil da cidade para providenciar o enterro ou traslado do corpo e passagens de avião. Segundo o consulado brasileiro em Nova York, a família de Alves ainda não havia feito contato para providenciar a papelada do traslado.

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