A brasileira Andréia Schwartz, de 33 anos, foi apontada como a testemunha-chave que levou à descoberta do vínculo do governador de Nova York, Eliot Spitzer, com uma rede de prostituição de luxo. Spitzer renunciou na quarta-feira após reconhecer ser cliente do Emperors VIP Club, cujas garotas cobravam de US$ 1 mil até US$ 5,5 mil por hora. O agora ex-governador teria utilizado a rede de serviço oito vezes em oito meses e gastado US$ 80 mil com os programas.
Segundo o tablóide The New York Post, a capixaba, condenada em fevereiro por comandar um serviço de prostituição, foi informante na investigação federal. Segundo o jornal, Andréia esclareceu o método utilizado por Spitzer para remunerar a Emperors Club VIP. O governador fazia depósitos na conta de uma empresa fantasma, a QAT Consultoria.
Os promotores ?estavam investigando os milhares de dólares enviados por Spitzer para a QAT, mas até aquele ponto (até conversar com Andréia) eles não tinham notado que a QAT e a Emperors eram a mesma entidade?, disse o Post.
Segundo o jornal, Andréia havia trabalhado para a Emperors antes de abrir sua própria agência de prostituição, com sede em seu apartamento na Rua 58, a uma quadra do Central Park, uma das áreas mais caras da cidade.
Andréia tinha sido condenada a 18 meses por explorar prostituição, posse de drogas (papelotes de cocaína foram encontrados em seu apartamento) e lavagem de dinheiro. Um acordo com a promotoria impediu que ela pudesse ser sentenciada à prisão perpétua por tráfico de drogas.
A colaboração com a Justiça que permitiu o desmantelamento da rede mantida pelo Emperors Club VIP veio após novo acordo com a promotoria. Por meio dele, Andréia perde o apartamento, avaliado em US$ 1,2 milhão, e cerca de US$ 300 mil de sua conta bancária. Mas terá direito a manter US$ 150 mil e a retornar, deportada, para o Brasil.