A promotoria suíça afirmou nesta quinta-feira (19) que a brasileira Paula Oliveira admitiu ter forjado um ataque de skinheads e mentir a respeito da perda de uma suposta gravidez. O escritório da promotoria de Zurique informou que Paula, de 26 anos, disse em um interrogatório realizado há quase uma semana que havia mentido. A informação de que a advogada teria assumido uma farsa foi dada na quarta pela mídia suíça. Paula afirmou inicialmente que foi atacada nas proximidades de uma estação de trem de Zurique por três skinheads, um deles com um símbolo nazista tatuado atrás de sua cabeça. Segundo essa primeira versão, os homens a cortaram e também talharam as iniciais de um partido de direita suíço em sua barriga e nas pernas.

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Imagens dos cortes e da sigla SVP, do Partido do Povo Suíço, foram divulgada pela imprensa e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil levantou a hipótese de um possível ataque xenofóbico. Porém, após uma série de testes, a polícia suíça informou que Paula não estava grávida, como alegou. O chefe do setor de medicina forense da Universidade de Zurique, Walter Baer, afirmou que se tratava de um “caso clássico” de autoflagelação. Confrontada com as evidências, Paula teria admitido na sexta que não houve ataque e ela mesma se cortou, segundo o escritório da promotoria. Também admitiu que não esperava gêmeos.

Na quarta, promotores de Zurique abriram uma investigação sobre o caso e retiveram o passaporte da brasileira. Eles agora investigam “as razões do comportamento de Paula, o quão premeditados foram seus atos e se ela teve cúmplices”, informou a promotoria. Os relatos iniciais chocaram a opinião pública suíça e também a brasileira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a condenar o ataque.

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