O discurso alarmista sobre insegurança na fronteira do Brasil com o Paraguai, amplificado pelo atentado contra o senador paraguaio Robert Acevedo, não encontra eco nem na população de Pedro Juan Caballero nem no governador do Departamento (Estado) de Amambay, Juan Bartolomeu Ramírez. Da parte brasileira, houve um reforço da segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que tem um encontro hoje com o presidente paraguaio, Fernando Lugo, em uma praça, a céu aberto, na fronteira entre os dois países -, com a vinda de militares da Polícia do Exército e 80 homens do pelotão de choque da polícia Militar (PM) com cachorros. Mas a avaliação é de que a situação é tranquila.
Do lado brasileiro, moradores de Ponta Porã também atenuam os episódios de violência. Na parte paraguaia, a cidade do outro lado da fronteira, Pedro Juan Caballero, viveu um fim de semana de compras na zona franca e movimento normal no comércio – sem a temida transformação das ruas em uma praça de guerra.
Os seguranças das lojas, sempre de uniforme preto e armados, são os de sempre, segundo eles próprios. A única presença a mais, assim mesmo, nada acintosa, restrita a alguns pontos da cidade, é do Exército paraguaio que, desde a semana passada, deslocou 150 homens para Pedro Juan Caballero, depois da decretação do estado de exceção em cinco Departamentos do Paraguai, para combater o EPP, um pequeno grupo armado que pretende se tornar uma guerrilha.
Lula desembarca em Ponta Porã às 9 horas e a previsão é de que fique seis horas na cidade. Após o aperto de mão e descerramento da placa comemorativa à visita, em praça pública, em um ponto da fronteira seca, todas as reuniões ocorrerão em local fechado, sempre do lado brasileiro.