Os governos do Brasil e da Índia aguardam a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) sobre a criação do Estado independente de Kosovo para assumir uma posição oficial sobre a separação dessa província da Sérvia. Apesar da indecisão, ambos os países ambicionam, junto com o Japão e a Alemanha, assentos permanentes no Conselho de Segurança. Nesta segunda-feira (18), no Itamaraty, os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e da Índia, Pranab Mukherjee, argumentaram que esse processo de secessão é "complexo" e deve ser resolvido pela via pacífica da negociação multilateral.
"Devemos analisar com cuidado porque a decisão a ser adotada poderá ser aplicada também a casos similares, no futuro", afirmou Amorim que, antes de receber Mukherjee, havia conversado por telefone sobre o tema com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov. Aliada à China, a Rússia se opõe totalmente à criação do novo Estado. Ambos os países são membros do Conselho de Segurança e podem vetar uma possível resolução sobre a soberania do Kosovo, apesar do apoio explícito dos Estados Unidos e de alguns países europeus.