Pela segunda vez em apenas uma semana, o Brasil se confrontou com uma potência favorável à aplicação de sanções ao Irã pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, em função das suspeitas de que o país mantém um programa nuclear militar.
No último dia 3, o governo brasileiro defendeu a via das negociações diante da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Hoje, no Itamaraty, o chanceler Celso Amorim, reiterou a mesma posição ao lado do ministro do Exterior e primeiro-ministro da Alemanha, Guido Westerwelle.
“Sentimos ainda a disposição do Irã às negociações. Mas é preciso haver gestos de flexibilidade dos dois lados”, afirmou Amorim, para em seguida rejeitar a via das sanções e defender uma “solução pacífica e sem custos para a população iraniana”.
Na mesma linha de Hillary Clinton, Westerwelle afirmou que a Alemanha ainda se dispõe a negociar com o Irã. Mas, acrescentou que, ao cabo de dois anos de tentativas, Berlim concluiu que “nossa mão estendida não tem contrapartida” de Teerã.
Veladamente, criticou a postura otimista do governo brasileiro ao afirmar que a “distância tem papel importante” na diferença de opiniões. De fato, a União Europeia (UE) está ciente que mísseis iranianos podem alcançar até mesmo Paris, na sua área mais ocidental.
