Desapontado com a aprovação de novas sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o Irã, o Brasil desistiu de exercer um papel de interlocutor entre as potências ocidentais e o país persa. A revelação foi feita pelo chanceler brasileiro, Celso Amorim, em entrevista ao jornal britânico “Financial Times”, publicada ontem.
“Não vamos novamente ter uma posição proativa (em relação à negociação iraniana), a não ser que sejamos solicitados”, disse Amorim. Segundo o ministro, o Brasil acabou prejudicado “por fazer coisas que todos afirmavam ser positivas”. “Ao final, descobrimos que tem gente que não sabe receber ‘sim’ como resposta”, alfinetou o chanceler.
Uma autoridade norte-americana que pediu anonimato comemorou a declaração de Amorim. “Não vejo o Brasil e a Turquia em uma posição de exercer essa mediação”, disse ao “Financial Times”. “Por terem votado contra as sanções da ONU, eles não são mais realmente neutros.”
