Brasil condena mortes na Síria e pede respeito a paz

O Itamaraty declarou hoje que o governo brasileiro condena as mortes de civis na Síria, incluindo o massacre de Houla, no último dia 25, em que 108 pessoas morreram. A Chancelaria pede que o regime de Bashar al Assad aplique o plano de paz proposto pelo enviado da ONU, Kofi Annan, em abril.
Em comunicado, o governo pediu ainda que o regime colabore com o trabalho da missão de observadores da ONU (Organização das Nações Unidas) no país.

“O governo brasileiro insta o Governo sírio a cooperar com a Missão de Supervisão das Nações Unidas na Síria (UNSMIS), integrada por observadores brasileiros, permitindo-lhe acesso irrestrito aos locais conflagrados por conflitos, conforme mandato do Conselho de Segurança da ONU, por meio das Resoluções 2042 e 2043.”

O chanceler Antonio Patriota também conversou por telefone com Annan na terça, em que, segundo o comunicado, “coincidiram sobre a necessidade de intensificação de mobilização diplomática internacional que vise a evitar a deflagração de um conflito civil, assim como a encontrar solução negociada para a Síria.”

O Ministério de Relações Exteriores destaca a preocupação do governo com a escalada da violência na Síria e a posição do Brasil na reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, na última sexta, e no debate na Assembleia Geral, ontem.

A atuação do governo brasileiro é criticada por países como os Estados Unidos, que gostariam de uma presença mais incisiva de Brasília na solução da crise na Síria.
Na semana passada, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Mike Hammer pediu maior participação do Brasil nas reações contra o regime.

“Queremos ver atividade no Conselho de Segurança da ONU e queremos que o Brasil faça parte desses esforços. Acreditamos que um país do nível do Brasil pode ter bastante influência e queremos que faça parte do esforço para pressionar [o ditador sírio, Bashar al] Assad e seus militares”, disse.
Washington cobrou também mais apoio de Brasília ao plano de paz proposto pelo enviado especial da ONU, Kofi Annan, divulgado em abril.

O ministro brasileiro também se mostrou contrário ao procedimento adotado por alguns países nos últimos dias de expulsar missões diplomáticas sírias em represália ao mais recente massacre na cidade de Houla, que resultou no assassinato de 108 pessoas.

“A expulsão do embaixador não vai ajudar a reduzir a violência”, disse. “Elas (as expulsões) respondem a impulsos unilaterais, não é objeto de nenhuma decisão consensual ou multilateral das Nações Unidas”, acrescentou.

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