Milhares de bósnios protestavam hoje pelo sexto dia consecutivo, exigindo agora a renúncia dos atuais governantes e a formação de um novo governo formado por especialistas sem conexões partidárias para combater a corrupção, reverter as privatizações e fazer frente a uma crise que levou a taxa de desemprego a quase 40%.
Os manifestantes afirmam que os políticos bósnios recebem salários “altos demais” enquanto um em cada cinco bósnios vive na miséria. Um cartaz exibido por dois idosos diz que o salário mensal de um político no país equivale a quatro anos da pensão que recebem como aposentados.
Os participantes dos protestos também afirmam que os políticos estão desconectados da realidade da população e vivem obcecados com as rivalidades étnicas quase duas décadas depois do fim de uma guerra que deixou quase 100 mil mortos em meio à dissolução da antiga Iugoslávia.
A multidão tem-se reunido quase diariamente em frente à sede da presidência em Sarajevo, que na sexta-feira acabou incendiada durante um protesto.
Os protestos começaram na quarta-feira da semana passada em Tuzla, no nordeste da Bósnia-Herzegovina, depois que trabalhadores de quatro empresas que foram privatizadas não receberam seus salários.
O país balcânico vive o mais grave episódio de convulsão social desde a guerra que matou mais de 100 mil pessoas no país entre 1992 e 1995.
A corrupção e as privatizações são apontadas como responsáveis pelo achatamento da classe média e pelo empobrecimento da classe trabalhadora enquanto apenas alguns poucos magnatas prosperaram. Fonte: Associated Press.
