Bombardeio em funeral deixa 80 mortos no Paquistão

Uma sonda não tripulada dos Estados Unidos bombardeou ontem, no Paquistão, uma procissão fúnebre e matou 80 pessoas que estavam velando os mortos de um ataque realizado horas antes em um suposto campo de treinamento do Taleban. O líder da milícia extremista islâmica do Paquistão, Baitullah Mehsud, participou do funeral, mas deixou o local antes do bombardeio, afirmaram hoje agentes dos serviços secretos paquistaneses.

Já um representante do Taleban negou que o líder tenha estado perto do local do ataque – um dos mais mortíferos da atual campanha contra os insurgentes – e disse que somente cinco dos 80 mortos não eram civis. As fontes paquistanesas, por outro lado, insistem em que diversos membros importantes do Taleban paquistanês foram mortos no ataque. Mehsud, acusado de orquestrar atentados suicidas e o assassinato de seu principal rival, é o alvo de uma ofensiva militar do Paquistão contra os rebeldes radicados na região semiautônoma de Waziristão do Sul, na fronteira com o Afeganistão.

Duas fontes nos serviços secretos paquistaneses disseram, sob a condição de anonimato, que Mehsud visitou o local dos funerais, mas deixou a região antes de os mísseis matarem 80 pessoas e ferirem dezenas. A mídia paquistanesa chegou a informar que Mehsud teria deixado o local pouco antes do bombardeio, depois de ser avisado que haveria um ataque. Qari Hussain, próximo do líder insurgente, negou a versão. “Baitullah Mehsud estava em um local secreto no momento do ataque norte-americano, que matou apenas cinco de nossos colegas”, disse. Segundo Hussain, todos os demais mortos eram aldeões.

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