Quatro civis paquistaneses morreram num bombardeio norte-americano que atravessou a fronteira do Afeganistão com o Paquistão nesta quinta-feira (13). O incidente ocorreu durante perseguição a um suposto líder rebelde e, segundo o porta-voz das forças dos Estados Unidos na região, major Chris Belcher, as vítimas seriam pessoas ligadas ao "mais perigoso" comandante da milícia fundamentalista islâmica Taleban, Siraj Haqqani. De acordo com o porta-voz, o bombardeio foi intencional e as autoridades do Paquistão foram notificadas somente depois do ataque.
Segundo o major dos EUA, as tropas usaram "munições teleguiadas de precisão" para atingir um complexo construído a 1,5 quilômetro além da fronteira. "Nós recebemos informação confiável da inteligência indicando que importantes membros da rede de Haqqani estavam na área no momento do ataque." Ontem, os EUA acusaram Haqqani de organizar o atentado suicida que matou dois soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e feriu dezenas de civis no último dia 3. Para os EUA, Haqqani "se tornou o mais perigoso líder do Taleban no Afeganistão".
Por sua vez, o Exército paquistanês qualificou o bombardeio como acidental. O porta-voz do Exército do país, general Athar Abbas, disse que cinco bombas lançadas pelas forças da coalizão atingiram a região tribal do Waziristão do Norte. Uma delas atingiu uma casa no vilarejo de Kangrai, matando duas mulheres e duas crianças. O Paquistão registrou um "duro" protesto contra as forças de coalizão, mas o comando militar do país considera o episódio acidental. "Eles estavam enfrentando militantes, mas cinco bombas caíram aqui", disse Abbas.
O Paquistão tem sido um aliado importante dos EUA desde que o presidente Pervez Musharraf aderiu à guerra ao terror promovida por Washington, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Militares dos dois lados dizem que a relação entre eles é excelente e que há muita cooperação.