O líder mais longevo da América do Sul busca um inédito quarto mandato nas eleições da Bolívia neste domingo. No entanto, pesquisas sugerem que o presidente Evo Morales enfrenta a eleição mais apertada de sua carreira. As urnas já foram abertas.
O líder esquerdista de 59 anos é favorito para ser o mais votado no primeiro turno, mas deve ter de enfrentar um segundo turno em dezembro no qual pode ficar vulnerável a uma oposição unida.
Morales assumiu o poder em 2006 como o primeiro presidente indígena do país. Ele se aliou a um bloco de líderes de esquerda na América Latina e usou receitas do gás natural e dos minerais do país para redistribuir riqueza e retirar milhões da pobreza no país mais pobre da região. A economia cresceu em média cerca de 4,5% ano, mais do que a média regional.
Mas o presidente também enfrenta crescente insatisfação, até mesmo entre seus apoiadores indígenas. Alguns se frustraram por escândalos de corrupção ligados ao seu governo – embora não ao próprio Morales – e outros, por sua recusa a aceitar um referendo sobre a limitação de mandatos presidenciais. Bolivianos votaram por manter o limite de mandatos em 2016, mas a principal corte do país – vista por críticos como próxima ao presidente – decidiu que os limites violariam os direitos políticos de Morales como cidadão.
O principal rival de Morales é o ex-presidente Carlos Mesa, um jornalista e historiador de 66 anos que, como vice-presidente, chegou ao cargo mais alto da nação quando seu antecessor renunciou em 2003 após protestos. Ele deixou a presidência em 2005 em meio a novas manifestações lideradas por Morales, que era líder dos produtores de cacau do país.
Pesquisa realizada entre 4 e 6 de outubro pela Universidade Mayor de San Andrés e outras instituições mostrou Morales aparentemente em vantagem sobre Mesa, 32% a 27%, antes do primeiro turno, com o restante dos votos dividido entre outros candidatos.
Bolivianos também elegerão todos os 166 assentos do Congresso. Pesquisas projetam que nenhum partido terá maioria no Congresso, o que pode levar a um impasse para o próximo governo.