A Justiça boliviana negou hoje o pedido de extradição apresentado pelo Peru para o jornalista Walter Chávez, ex-assessor de comunicação do presidente Evo Morales, e o reconheceu como refugiado político.
A decisão foi aprovada por 9 dos 11 votantes da Corte Suprema, negando o pedido de extradição do governo peruano, que acusa o jornalista de atos terroristas.
Walter Chávez, que vive como refugiado político na Bolívia desde 1992, foi assessor de comunicação do presidente boliviano, Evo Morales, durante sua campanha eleitoral e na primeira etapa de seu mandato.
O jornalista, acusado de vinculação com movimentos subversivos no Peru, decidiu refugiar-se na Bolívia após o golpe de Estado do ex-presidente peruano Alberto Fujimori.
A sentença que, segundo o presidente da Corte, Eddy Fernández, é de única instância, estabelece que a condição do jornalista na Bolívia deve ser respeitada em virtude dos convênios internacionais assinados pelo país e porque há "jurisprudência" em casos mais antigos.
Chávez renunciou à assessoria de Morales no ano passado, quando o Peru solicitou sua extradição.
Antes de trabalhar na campanha do presidente, o peruano trabalhou em vários veículos da imprensa boliviana e dirigiu "El juguete rabioso", um semanário de análise política e investigativa.
