Carlos Romero Bonifaz, ministro do Interior da Bolívia, confirmou que o Brasil concordou em fechar durante um mês 37 trechos de sua longa fronteira para combater o crime organizado. A medida se limita aos postos fronteiriços do Departamento (Estado) boliviano de Pando. Ela está em vigor desde sábado e deve durar um mês.

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Em entrevista ao canal estatal Bolivia TV, Bonifaz disse que o objetivo de ambos os governos é coordenar forças para combater o narcotráfico, o tráfico de armas, de pessoas e outros delitos. Segundo o governo boliviano, a violência na região da fronteira vem se deteriorando nos últimos meses.

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Em julho, integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) assaltaram uma joalheria em Santa Cruz de la Sierra em uma operação que deixou cinco mortos. Em março, o PCC roubou um carro-forte na cidade de Roboré, próximo à fronteira com o Brasil.

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De acordo com o coronel Octavio Gutiérrez, comandante regional da polícia do Departamento de Pando, as polícias de Brasil e Bolívia tomaram essa decisão “para evitar a proliferação de crimes em todo o Departamento e, em especial, na cidade de Cobija (capital de Pando)”, explicou o coronel. “Tratam-se de 37 pontos fronteiriços. A finalidade é erradicar os crimes de roubos e relacionados ao narcotráfico, como os ajustes de contas, além do tráfico de pessoas”, disse Gutiérrez.

O anúncio ocorre logo após uma reunião entre ministros da Bolívia e do Brasil, em Santa Cruz de la Sierra, para debater mecanismos de combate ao crime na fronteira. O encontro teve a participação dos ministros brasileiros da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, de Defesa, Raul Jungmann, do ministro-chefe de Segurança Institucional, o general Sérgio Etchegoyen, e de funcionários da embaixada brasileira em La Paz.

A Bolívia sugeriu ao Brasil a criação de um “dispositivo binacional de inteligência” na área policial, a criação de um “comando conjunto” de controle do espaço aéreo no setor de defesa e mecanismos de combater o tráfico de drogas. Ao final do encontro, os dois países estabeleceram um Gabinete Binacional de Segurança.

Etchegoyen acredita que o PCC ainda não esteja organizado na Bolívia, mas que existam membros do grupo que buscam no país “produtos para seu negócio”, como narcotráfico e tráfico de armas. Bolívia e Brasil compartilham uma fronteira de mais de 3.500 quilômetros. Os 37 postos fronteiriços fechados no fim de semana estão entre os mais movimentados. Fonte: Associated Press