Em um novo passo em direção à plena normalização das relações diplomáticas entre Colômbia e Equador, a chanceler colombiana, Maria Angela Holguín, e seu congênere equatoriano, Ricardo Patiño, se reuniram hoje no povoado colombiano de Ipiales, fronteira com o país vizinho.
“O encontro bilateral tem a ver com a agenda ‘positiva’, como a qualificou o chanceler Patiño, na qual serão abordados temas de interesse e desenvolvimento da fronteira entre ambos os países”, informou a chancelaria equatoriana.
A reunião de Patiño e Holguín foi a segunda entre os dois chanceleres desde que o novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, assumiu o cargo em 7 de agosto. Um dia após a posse de Santos, Holguín teve uma reunião com Patiño na sede do Ministério do Exterior da Colômbia, onde os dois discutiram a necessidade de encarar as necessidades fronteiriças entre os países, que possui mais de 500 quilômetros de extensão e é uma região com várias carências. Faltam serviços e infraestrutura no local.
As conversações com o Equador “são passos que estamos dando, obviamente com o objetivo do restabelecimento total das relações diplomáticas”, disse Holguín. “É o mesmo que estamos fazendo com a Venezuela: os passos precisam ser firmes e dados com muito cuidado, para que sejam duradouros’, disse a chanceler.
Ponte
A chancelaria colombiana disse que os ministros discutirão a ampliação da ponte rodoviária fronteiriça em Ipiales, assim como a prestação de serviços públicos como fornecimento de água encanada e assistência médica à população local. O Equador também deseja discutir a questão dos 50 mil refugiados colombianos que vivem em seu território.
Em março de 2008, forças colombianas cruzaram o rio Putumayo e desfecharam um ataque militar a um acampamento da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em território equatoriano, matando mais de 20 guerrilheiros, incluído Raúl Reyes, um chefe do grupo.
O Equador protestou e rompeu relações diplomáticas com o vizinho. Em novembro de 2009, Quito e Bogotá começaram a se reaproximar e designaram encarregados de negócios para as respectivas representações nos países vizinhos. Formalmente, os dois países ainda não restabeleceram relações diplomáticas plenas.