Dois testes de voo com aviões 787 Dreamliner da Boeing Co., até agora, não conseguiram replicar ou identificar a causa do mau funcionamento da bateria que levou ao cancelamento dos voos destes modelos de aeronave, deixando a empresa cada vez mais focada em algumas correções provisórias de baixa tecnologia, de acordo com fontes do governo e da indústria.
Com a frota global de 50 Dreamliners fora de serviço desde meados de janeiro, as fontes disseram que o trabalho duro de desenvolvimento, teste e instalação de correções de longo prazo das baterias deve manter os aviões em terra, pelo menos, até abril.
Mais testes de voo estão planejados uma vez que não surgiram pistas significativas para ajudar a identificar a causa do problema. Mas, para tentar colocar os aviões de volta no ar rapidamente, a Boeing está intensificando o trabalho em colocar as baterias de íon de lítio em um recipiente resistente para evitar que o calor, as chamas e os produtos químicos tóxicos escapem se os pacotes de energia superaquecerem. Pessoas familiarizadas com a concepção do recipiente disseram que titânio é um possível material para a sua construção.
A capa protetora também teria como objetivo afastar a umidade do funcionamento interno da bateria, o que os especialistas dizem que em algumas circunstâncias pode levar a curtos-circuitos e outros problemas.
Mesmo nos últimos dias, de acordo com pessoas familiarizadas com os detalhes, o conceito ganhou força e produziu mais debates entre a Boeing e a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), porque a provável agenda para as correções de longo prazo tem aumentado.
Qualquer correção de curto prazo proposta também é provável que inclua sensores de temperatura e outras características aprimoradas para avisar com mais rapidez os pilotos sobre problemas ou superaquecimento das baterias a bordo do 787.
Um porta-voz da FAA não tem nenhum comentário imediato.
Em uma análise paralela, de acordo com especialistas do governo e da indústria, a Boeing continua buscando soluções de longo prazo e mais complexas para evitar os problemas com as baterias. Eles incluem uma maior separação entre as células no interior da bateria, evitando que elas se desloquem ou inchem, além de evitar a acumulação de depósitos microscópicos de metal que podem causar curtos-circuitos. Mas os especialistas concordam que esses esforços têm sido difíceis e estão atrasados devido ao lento progresso de investigação dos acidentes em ambos os lados do Pacífico.
Neste ponto, no entanto, não está claro se os reguladores federais aceitarão soluções de curto prazo. As informações são da Dow Jones.