Pesquisas de bocas-de-urna divulgadas uma hora depois do fechamento das urnas no Paraguai (às 16h locais, 17h em Brasília) indicam que o bispo Fernando Lugo (atualmente sob suspensão temporária do Vaticano), candidato da heterogênea coalizão Aliança Patriótica para a Mudança, seria o vencedor das eleições realizadas neste domingo. Lugo teria conseguido 40,3% dos votos.
A candidata do governista Partido Colorado, Blanca Ovelar, ex-ministra da Educação do governo do presidente Nicanor Duarte Frutos, teria ficado com 36,1%.
O general Lino Oviedo, da União Nacional de Cidadãos Éticos, que na década passada tentou dois golpes de Estado e nos últimos anos optou pela via das urnas, amargaria o terceiro lugar com 17%.
No quartel-general de Lugo, na periferia de Assunção, o clima de entusiasmo crescia hora a hora. No entanto, na sede do Partido Colorado, em pleno centro da capital, as lideranças também mostravam alegria. Elas sustentavam que os votos do interior, que demoram mais para serem apurados, mostrariam uma clara tendência de vitória para os colorados, da candidata Blanca.
Mas, se o resultado favorável à oposição for confirmado, estas eleições marcarão o fim de 61 anos do predomínio do Partido Colorado. O partido, ao longo de seis décadas no poder, mesclou-se com o próprio aparato estatal. Do total do funcionalismo público, 80% pertencem ao partido. Além disso, 1,8 milhão de paraguaios possuem a carteirinha "colorada".
