O candidato Ollanta Humala, de 48 anos, está em primeiro lugar nas eleições para presidente do Peru, com 31,6% dos votos, de acordo com uma pesquisa boca de urna feita pela Ipsos-Apoyo. Os dados mostram também que Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, está em segundo lugar, com 21,4%, seguida pelo ex-primeiro-ministro peruano, Pedro Pablo Kuczynski, com 19,2%. O resultado oficial da votação deve ser divulgado por volta das 22h (de Brasília).
Nenhum dos candidatos deve conseguir maioria simples dos votos, de forma que os dois primeiros colocados vão concorrer no segundo turno, que será decidido em 5 de junho. Humala venceu no primeiro turno da eleição de 2006, mas perdeu no segundo depois de prometer maior participação estatal na economia, o que assustou os investidores estrangeiros.
O Peru é um grande exportador de cobre, ouro e prata, commodities cujos preços estão subindo e ajudando a impulsionar o crescimento econômico local, que atingiu uma média anual de 7% nos últimos cinco anos. A expansão, no entanto, não chegou aos mais pobres. Embora os níveis de subnutrição infantil tenham caído de 25% em 2000 para 18% em 2010, o Peru ainda está em 13º lugar numa lista de 17 países da região em termos de acesso da população a serviços sociais, de acordo com dados do Banco Mundial. Nas áreas rurais, onde Humala possui forte apoio, 66% vivem na pobreza.
Humala ganhou força no final da campanha com promessas similares às apresentadas por Keiko Fujimori: berçários e educação pública de graça, refeições subsidiadas pelo governo nas escolas, aumento do salário mínimo e aposentadoria universal a partir dos 65 anos. Ele diz que vai respeitar os tratados e contratos internacionais, mas muitos peruanos não acreditam nisso.
Keiko Fujimori recebe suporte em meio a promessas de proporcionar serviços essenciais para os peruanos mais pobres e está recebendo apoio da população mais carente. Kuczynski, filho de imigrantes alemães que já foi primeiro-ministro e ministro da Economia, subiu na disputa depois de renunciar à sua dupla cidadania (peruana e norte-americana).
“As pessoas estão muito divididas”, disse Luis Tamayo, estudante de engenharia de 25 anos que mora em Villa el Salvador e afirmou ter votado em Kuczynski. “O que temos aqui são homens mais velhos e muito nacionalistas, de esquerda, que votaram em Humala, e mulheres que trabalham nas cozinhas comunitárias e que são Fujimoristas”, acrescentou. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.