O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair disse nesta segunda-feira que nunca desafiou a influente imprensa britânica porque, ao fazer isso, o governo iria travar uma briga longa e politicamente prejudicial. “Você está em uma posição na qual lida com pessoas bastante poderosas, que têm um grande impacto no sistema político”, afirmou Blair. “Se elas estiverem contra você, elas estarão contra você em todas as questões.”
Depondo durante um inquérito sobre o escândalo dos grampos telefônicos relacionados à News Corp., o ex-premiê afirmou ainda que Rupert Murdoch, presidente e executivo-chefe do conglomerado de mídia, exercia um “poder considerável” no Reino Unido, o qual tinha de ser levado em conta na elaboração da estratégia política e da condução do governo.
Blair, que foi primeiro-ministro entre 1997 e 2007, é padrinho de um dos filhos de Murdoch. Além disso, o governo trabalhista dele é acusado por vários colegas como de ter “relações não saudáveis” com a imprensa do país.
O comparecimento de Blair à comissão de ética dá início a uma semana importante para o inquérito. Vários políticos importantes foram envolvidos na investigação, iniciada no ano passado, após o escândalo dos grampos telefônicos, quando surgiram informações de que repórteres do tabloide News of the World, de propriedade de Murdoch, rotineiramente grampeavam telefones de figuras públicas e de vítimas de crimes.
Prisão
A polícia britânica prendeu hoje uma mulher, de 42 anos, sob suspeita de lavagem de dinheiro, em meio ao caso do escândalo dos grampos. A corporação disse que ela foi presa após ter sido convidado para ir a uma delegacia no sudoeste de Londres. A ex-executiva da Internacional News Rebekah Brooks e o marido dela, Charlie, foram presos na mesma investigação em março. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.