O procurador-geral de Israel, Avichai Mandelblit, indiciou nesta quinta-feira, 21, o premiê interino Binyamin Netanyahu por fraude, suborno e quebra de confiança.

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O indiciamento ocorre no mesmo dia em que o presidente de Israel, Reuven Rivlin, convidou o Parlamento a formar um governo provisório depois de nenhum partido ter conseguido formar uma coalizão em Israel.

O primeiro-ministro diz que é inocente. O procurador deve conceder uma entrevista coletiva ainda nesta tarde para falar sobre as denúncias.

Quais são as acusações contra Netanyahu?

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Netanyahu tem contra si três inquéritos na Justiça israelense. No mais grave, pelo qual foi indiciado hoje, ele é acusado de suborno, fraude e quebra de confiança por ter eliminado regulamentação em benefício da gigante de telecomunicações Bezeq. Em troca, o acionista majoritário da empresa, Shaul Elovitch, ofereceu uma cobertura favorável em seu site Walla.

A Justiça israelense suspeita ainda que Netanyahu aceitou US$ 280 mil em presentes, incluindo champanhe e charutos, do produtor de Hollywood, o israelense Arnon Milchan. Em troca, ele ajudou Milchan a estender seu visto americano e pediu que o Ministério das Finanças lhe concedesse isenções fiscais.

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A última investigação diz respeita a um suposto acordo entre Netanyahu e Arnon Mozes, editor do jornal Yedioth Ahronoth. Em uma conversa gravada, ele disse a Mozes que aprovaria uma lei para enfraquecer o jornal concorrente em troca de uma cobertura favorável – nenhuma lei foi aprovada.

Crise política agravou situação do premiê

O impasse político dos últimos meses aumentou a pressão sobre Netanyahu. Ele enfrenta sinais de dissidência no seu partido, o Likud, depois de um ex-aliado, o ex-ministro da Educação Gideon Saar, ter pedido a realização de uma eleição primária para tirar Bibi da liderança da legenda.

Mais cedo, Rivlin informou à Knesset, o Parlamento de Israel, que, pela primeira vez desde a criação do país, nenhum partido conseguiu formar governo. Com isso, os deputados terão de eleger um dos membros da casa por maioria simples para impedir a convocação de uma terceira eleição em menos de um ano.

“É uma situação política muito triste”, disse Rivlin. “Vivemos uma das épocas mais importantes para reencontrar o significado do Estado de Israel. Não se enganem. Essa política disruptiva precisa acabar.” (Com agências internacionais)