O líder conservador italiano Silvio Berlusconi, de 71 anos, ganhou o direito de voltar ao poder depois de vencer as eleições parlamentares em seu país, iniciadas neste domingo (13) e encerradas nesta segunda-feira (14).
"Estou comovido. Sinto que tenho pela frente uma grande responsabilidade", disse Berlusconi, um forte aliado dos Estados Unidos que contribuiu com tropas para a guerra no Iraque, durante entrevista por telefone á TV pública RAI.
Na noite desta segunda-feira (14), o candidato de centro-esquerda Walter Veltroni admitiu a derrota nas eleições legislativas. Veltroni afirmou ter telefonado para Berlusconi e parabenizado o rival pela vitória.
Veltroni falou à televisão italiana na noite desta segunda-feira (14). Ele disse que o resultado já era claro, apesar de os resultados finais não estarem disponíveis.
O magnata da mídia não deixou sua mansão nos arredores de Milão e continuava acompanhando a apuração dos resultados. Segundo agências locais de notícias, ele teria um jantar com assessores.
A vitória é um atestado da longevidade política de Berlusconi, derrubado do poder pela centro-esquerda em eleições realizadas dois anos atrás.
Esta é a quinta campanha consecutiva de Berluconi desde 1994, quando lançou-se na política depois de construir um império midiático atualmente estimado em US$ 9,4 bilhões, e a terceira vez na qual é eleito primeiro-ministro da Itália.
Berlusconi neutralizou rivais conservadores que contestavam sua liderança e sobreviveu a acusações de conflito de interesse e processos na justiça.
O último mandato do bilionário barão da mídia durou cinco anos, um recorde na histórica política da Itália pós-guerra, marcada pela persistente instabilidade.
Nesse último mandato encerrado em 2006, Berlusconi ganhou notoriedade pelas gafes internacionais e pelas decisões impopulares, como ter enviado 3.000 soldados italianos ao Iraque enquanto milhares de pessoas protestavam nas ruas das principais cidades do país contra a guerra. O contingente italiano já saiu do Iraque.
Desta vez, Berlusconi não tem planos de voltar a enviar soldados italianos ao Iraque, mas não deixa dúvidas sobre sua amizade com os EUA. Berlusconi, que já chegou a dizer que concordaria com os EUA independentemente de qual fosse a posição de Washington, declara-se amigo pessoal do presidente americano, George W. Bush, e a expectativa é de que seu retorno ao poder melhor as relações bilaterais, seja quem for o próximo inquilino da Casa Branca.