Berlusconi enfrenta votação que pode bani-lo da política

O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi vai enfrentar hoje a votação de um processo de impeachment que pode retirar seu mandato de senador e bani-lo da vida política por até três anos. Nesta quarta-feira, o comitê de impeachment do Senado vai votar a proposta de banimento do ex-premiê, que venceu três das seis eleições na Itália nos últimos 20 anos.

Embora uma votação no plenário da Casa sobre uma lei que afasta criminosos da vida política ainda esteja longe, Berlusconi dispõe de pouco campo de manobra após ter sido condenado recentemente por supostas fraudes tributárias.

Berlusconi considerou a possibilidade de aceitar seu destino e até mesmo renunciar, pedir perdão ao presidente do país, e de retirar seu partido da coalizão governista, o que causaria uma nova crise política na Itália, segundo reportagens da imprensa baseadas em relatos de vários aliados e membros de família.

Mesmo que seja removido da arena pública, sujeito a escolher entre a prisão domiciliar ou prestar alguma forma de serviço comunitário, Berlusconi não vai perder sua base política. Beppe Grillo, cujo Movimento Cinco Estrelas emergiu como uma importante força política nas eleições gerais deste ano, não é e nem sequer pode se tornar parlamentar devido a uma acusação de homicídio ligada a um acidente de trânsito.

A expectativa é que Berlusconi divulgue hoje uma mensagem em vídeo, na qual ele deverá criticar a Justiça italiana – que nesta semana também o condenou a pagar uma indenização de quase 500 milhões de euros (US$ 667,3 milhões) por suposta corrupção na tomada do controle da editora Mondadori, há duas décadas – e sinalizar suas intenções políticas.

É improvável que o ex-primeiro-ministro retire seu apoio ao governo liderado por Enrico Letta, que anteriormente foi o número 2 no Partido Democrático que se opõe ao Povo da Liberdade, de Berlusconi. A atitude o levaria a ser acusado de causar tumulto no mercado financeiro e, de qualquer forma, Berlusconi ficaria impedido de contestar eleições que viessem a ser convocadas, segundo Francesco Galietti, chefe do instituto de análise política Policy Sonar, com sede em Roma.

Agir “de forma responsável” pode aumentar a influência de Berlusconi em decisões sobre políticas do governo e também lhe dará vantagem para formar seu próprio sucessor político para um eventual retorno às urnas, comentou Galietti. Fonte: Dow Jones Newswires.

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