"Sobre o tema do crime de clandestinidade não dei nenhum passo atrás", disse nesta quarta-feira (4) o premier italiano, Silvio Berlusconi, reafirmando sua grande perplexidade com relação à introdução dessa medida.
Ao final da coletiva de imprensa conjunta com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, o premier confirmou que o que havia dito ontem (terça/3) após o encontro com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, era sua "opinião pessoal, já expressa no debate anterior à aprovação das medidas e dentro do próprio Conselho de Ministros".
Berlusconi ressaltou que foi justamente graças a sua intervenção que o crime de imigração clandestina desapareceu do decreto-lei, para ser inserido no projeto de lei que será submetido à votação no Parlamento.
O premier atacou duramente os jornais que falaram nesta quarta de um "passo atrás" seu. "Estão em absoluta má fé. Esqueceram as coisas importantes que fiz ontem para a imagem da Itália em nível internacional", disse Berlusconi.
Berlusconi foi além, classificando a prisão para os clandestinos como uma medida "sem nenhuma concretude".
"Deveriam imaginar que na Itália podem chegar mil clandestinos por dia. Com isso devemos dispor de juízes capazes de examinar todos os seus casos e, portanto, prisões capazes de recebê-los. É um fato que não tem nenhuma concretude", concluiu o premier.
