O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi confirmou hoje que não irá concorrer nas eleições de 2013, pelo seu partido de centro-direita Povo da Liberdade (PDL).
“Não vou concorrer ao cargo de premiê novamente, mas permaneço ao lado de pessoas jovens que podem jogar e marcar gols”, disse em comunicado Berlusconi, 76, dono de empresas de comunicação e proprietário do clube de futebol Milan.
“Ainda tenho bons músculos e algum bom senso, mas meu papel será dar conselhos”, disse.
Berlusconi havia dito anteriormente que não concorreria se a retirada de sua candidatura pudesse ajudar os partidos de centro e centro-direita a se unirem para formar um único bloco “moderado”, que pudesse derrotar os partidos de esquerda. Ele admitiu até mesmo apoiar o atual premiê, Mario Monti.
O ex-primeiro-ministro ainda é um dos líderes do PDL, mas pesquisas de opinião na Itália mostram que sua popularidade vem caindo. Na última delas, ele ficou muito atrás de Angelino Alfano, seu companheiro de partido e ex-ministro da Justiça. Alfano é considerado o favorito para ser escolhido como candidato de centro-direita.
As próximas eleições italianas devem acontecer em abril de 2013. Berlusconi pediu que o PDL realize um processo de eleições primárias em dezembro, para que haja uma definição breve. O partido conta atualmente com o maior número de parlamentares na Itália após ganhar as últimas eleições legislativas, em 2008.
Acusações
O ex-premiê teve de renunciar ao cargo em novembro de 2011, em meio à crise econômica crescente e a acusações contra ele envolvendo fraudes, abusos sexuais e corrupção.
Em audiência na última semana, Berlusconi negou as acusações de que teria tido relações sexuais com uma menor de 18 anos enquanto era primeiro-ministro.
O PDL passa por crise na Itália, depois que seu tesoureiro foi preso por corrupção e o governador da região da Lombardia, que é membro do partido, dissolveu toda sua equipe por ligação com mafiosos.
