O primeiro-ministro eleito da Itália, Silvio Berlusconi, prometeu na terça-feira (15) ?fechar as fronteiras aos estrangeiros? como forma de conter a criminalidade no país. O magnata da mídia garantiu, de outra parte, que o líder separatista Umberto Bossi ?não vai mandar? no seu governo, respondendo a comentários sobre a ascensão da Liga do Norte nas eleições de domingo e segunda-feira, quando mais que dobrou seus votos em relação a 2006 e teve papel decisivo na ampla margem conquistada por Berlusconi.

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O combate à imigração clandestina e a deportação de estrangeiros desempregados e ciganos foi uma das promessas de campanha de Berlusconi, cuja aliança de centro-direita O Povo da Liberdade (PDL) venceu o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, do ex-prefeito de Roma Walter Veltroni, por 47,32% a 38,01% no Senado e 46,81% a 37,55% na Câmara dos Deputados.

Numa entrevista ao canal público de televisão RAI Uno, um jornalista perguntou o que o futuro primeiro-ministro fará para combater a criminalidade. ?A primeira coisa a fazer é fechar as fronteiras, aumentar o número de postos de assistência para identificar os cidadãos estrangeiros que não têm um trabalho, e por isso são obrigados a viver da criminalidade, que afeta sobretudo nossos concidadãos mais frágeis, os idosos e as mulheres.? ?É importante inverter a marcha seguida por este governo?, disse Berlusconi, numa crítica à suposta complacência do ex-primeiro-ministro Romano Prodi, do PD, em relação à imigração.

No fim da tarde, em sua primeira entrevista coletiva depois das eleições, ele voltou espontaneamente ao tema, de novo colocando-o como o centro de sua política contra a criminalidade. Ele disse que porá em prática lei proposta por Bossi e pelo direitista Gianfranco Fini, seu parceiro na coalizão, e firmará acordos com os países de origem dos imigrantes para ?devolver os cidadãos que estão aqui e não têm uma profissão e uma moradia?.

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