Bento XVI lamenta ataques contra imigrantes na Itália

O papa Bento XVI deplorou os confrontos entre imigrantes e italianos no Sul da Itália, dizendo hoje que os migrantes têm direitos, devem ser respeitados e são igualmente amados por Deus. A declaração foi feita em sua tradicional bênção do meio-dia, durante a qual ele também denunciou os ataques contra os cristãos coptas, no Egito, que deixaram sete mortos. “Não pode haver violência em nome de Deus”, afirmou.

Bento XVI dedicou boa parte de seus comentários à situação da cidade de Rosarno, na região da Calábria (Sul da Itália), onde centenas de imigrantes africanos se revoltaram depois que dois deles foram feridos em tiroteios. Mais de 30 pessoas ficaram feridas durante tumultos entre imigrantes, policiais e cidadãos italianos. O papa disse que os imigrantes estão buscando uma vida melhor num país que precisa deles, embora corram o risco de serem explorados por causa de sua condição. Na Itália há muitos imigrantes ilegais que trabalham em troca de comida e abrigo, em condições miseráveis.

O chefe da Igreja Católica convidou as pessoas a “olharem para o rosto das outras e descobrir que aí está uma alma, uma história, uma vida, uma pessoa que Deus ama; e ele também me ama”. Os tumultos ocorreram com maior intensidade na quinta-feira e na sexta-feira. Agora, a situação é mais calma, pois muitos dos imigrantes atingidos foram expulsos da área, buscaram abrigos ou saíram da região por vontade própria, de trem ou de carro.

Os ataques enfatizaram uma disputa silenciosa que existe entre os imigrantes e os italianos. Parte da população local se ressente com o fato de estrangeiros ainda realizarem trabalhos agrícolas, domésticos ou na manufatura, tipo de atividade que muitos italianos se recusam a fazer. “Todo migrante é um ser humano, diferente por causa de sua origem, cultura e tradição, mas uma pessoa que precisa ser respeitada e tem direitos, especialmente no trabalho, onde a tentação de explorar é fácil”, comentou Bento XVI. “A violência nunca deve ser uma forma de resolver diferenças.” As informações são da Associated Press.

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