A comunidade internacional demonstrou sabedoria ao banir as bombas de cacho, avaliou hoje o papa Bento XVI. O comentário foi feito para marcar a entrada em vigor, hoje, da Convenção sobre Munições de Cacho, que bane esse tipo de armamento.
O pontífice disse que seus primeiros pensamentos dirigem-se às numerosas vítimas que já sofreram e continuam a sofrer os efeitos físicos e morais, inclusive a morte, deste “armamento insidioso”. Bento XVI também considerou o tratado um sinal encorajador de progresso nos campos do desarmamento e dos Direitos Humanos.
A declaração do papa foi feita em Castelgandolfo, nos arredores de Roma, onde passa férias. O acordo internacional foi negociado na Irlanda e assinado na Noruega, em 2008. O documento prevê que os signatários não usarão bombas de cacho, destruirão as que possuem hoje durante os próximos anos e financiarão programas para limpar campos de batalha onde haja cápsulas intactas dessas bombas de fragmentação.
Entre os signatários figuram países com estoques significativos dessas munições, como Grã-Bretanha, França, Alemanha e Japão. No entanto, outras nações consideradas importantes para que a convenção ganhe força – como Estados Unidos, China, Rússia e Israel – ficaram de fora. Os EUA são os maiores produtores e possuem o maior estoque de bombas de cacho, com cerca de 800 milhões.
Quando detonadas, as bombas de cacho liberam cápsulas explosivas menores em várias direções, o que aumenta as chances de civis serem atingidos. Além disso, muitas dessas cápsulas não explodem imediatamente, ficando dormentes por meses ou anos e ameaçando civis que circulam pelas áreas atacadas. Para piorar, as cores chamativas dessas cápsulas intactas atraem a atenção de crianças, tornando-as vítimas comuns desses artefatos.