O Papa Bento XVI está dando novos passos em seu processo de aproximação com o público, respondendo questões na televisão italiana durante a Sexta-feira Santa e afirmando para uma menina japonesa de sete anos de que seu sofrimento não está sendo em vão. O papa também disse para uma mulher muçulmana da Costa do Marfim que a paz deve prevalecer.
Bento respondeu a questões enviadas pelo público em geral nas últimas semanas para o site da televisão estatal italiana RAI, parte da estratégia do Vaticano em se engajar com o mundo online através do Facebook, Twitter e outras mídias sociais. Não foi uma conversa espontânea com o público, contudo. Sete questões foram selecionadas entre milhares que foram enviadas e o papa gravou as respostas no dia 15 de abril em seu escritório no Palácio Apostólico.
Sentado sozinho em uma grande cadeira branca em frente à câmera de TV, Bento respondeu as perguntas lidas por um entrevistador fora do campo de visão. Mais tarde, o papa participou na comemoração tradicional da sexta-feira Santa, ajoelhando-se em frente ao Coliseu romano durante a procissão noturna da Paixão de Cristo, que reencena as horas finais de Jesus Cristo.
Na procissão deste ano, crianças leram partes dos textos de cada estação dentro do Coliseu. Tanto as meditações como a arte que acompanhou estes textos foram preparadas por duas freiras, a primeira vez que isto foi registrado no pontificado de Bento XVI.
A primeira questão selecionada para o programa de TV foi de Elena, uma criança de sete anos que perguntou ao papa porque ela se sentia com tanto medo depois que o terremoto do Japão matou tantas crianças. “Por que as crianças tem que ficar tristes?”, ela perguntou. O papa simplesmente responde que ele também se perguntava porque tantos inocentes sofriam mas que ela devia se conscientizar de que Jesus sofreu também.
Ele disse para Maria Teresa, uma mãe italiana, para que ela continue sua vigília pelo filho Francesco, que está em estado vegetativo desde a Páscoa de 2009. Maria Teresa perguntou se a alma de Francesco continuava em seu corpo. O papa respondeu que Francesco sentia a presença do amor.
O programa de TV foi a primeira experiência em que o Papa respondeu a perguntas do público em geral e não necessariamente do público católico. O monsenhor Paul Tighe, número dois no escritório de comunicação social do Vaticano, disse que a decisão do papa em responder perguntas vindas do público veio da conscientização de que Bento XVI não pode mais apenas apresentar uma mensagem para o público, mas deve promover seu engajamento para assegurar que a mensagem está sendo recebida. “Isto é um início simples do que podemos chamar de interatividade”, disse. As informações são da Associated Press.