Equipes de resgate tentavam libertar centenas de pessoas presas sob os escombros de um prédio de oito andares que desabou nesta terça-feira, provocando a morte de pelo menos 119 pessoas. Pessoas que trabalhavam no edifício, onde funcionavam tecelagens, já haviam reclamado antes de rachaduras antes do desabamento, mas receberam garantias de que a estrutura era “segura”.
O desabamento trouxe à memória um incêndio numa fábrica de roupas que matou 112 pessoas em novembro do ano passado e gerou protestos sobre a segurança na indústria de roupas no país.
Trabalhadores do edifício Rana Plaza disseram que grandes rachaduras foram vistas no dia anterior, que chegaram a ser mostradas em canais locais de televisão. Os funcionários hesitaram em entrar no prédio na manhã desta quarta-feira, disse Abdur Rahim, que trabalhava numa fábrica instalada no quinto andar. Segundo ele, um gerente da fábrica assegurou que não havia qualquer problema, então eles entraram, disse ele.
“Nós começamos a trabalhar. Após mais ou menos uma hora o prédio desabou, repentinamente”, disse ele, que se lembra de recobrar a consciência já do lado de fora do prédio.
Milhares de pessoas de reuniram perto do local, algumas felizes por encontrarem seus entes queridos vivos e outras ainda em busca de informações sobre familiares desaparecidos. Bombeiros e soldados manejando furadeiras e guindastes trabalhavam junto com voluntários em busca de mais sobreviventes.
Uma enorme parte da estrutura de concreto caiu. Enormes pedaços de tecido foram amarrados nos andares mais altos, supostamente para ajudar os que estavam nesses locais a descer até o chão. Além de fábricas de roupas, o prédio também abrigava um banco e várias lojas. Cerca de 5 mil pessoas trabalhavam ali.
O secretário de Saúde Mohammed Neazuddin confirmou a morte de 119 pessoas após o desabamento do prédio em Savar, cerca de 20 quilômetros ao norte de Daca, a capital bengalesa. Um oficial do Corpo de Bombeiros disse que mais de mil sobreviventes foram resgatados até agora, mas estima-se que centenas de pessoas estejam sob os escombros e o número de mortos deve aumentar ainda mais. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.