O Banco Mundial anunciou nesta quinta-feira o lançamento de uma linha de financiamento global para bancar projetos de infraestrutura em países em desenvolvimento. A estimativa da instituição é de que apenas estes mercados vão precisar de US$ 1 trilhão a mais por ano para melhorar a infraestrutura até 2020.
A linha anunciada pelo Banco Mundial não tem um valor específico, mas tem potencial para reunir “bilhões de dólares”, de acordo com o comunicado distribuído no evento de lançamento, no final desta tarde na sede do Banco Mundial. O dinheiro virá de investidores institucionais, como fundos de pensão e seguradoras, e organismos multilaterais.
Nesta quinta-feira, os presidentes de algumas das maiores gestoras de recursos do mundo, além de fundos de pensão, fundos de private equity e seguradoras se juntaram como parceiros da linha de financiamento, em uma cerimônia de assinatura da criação da linha. Entre eles, a gestora Blackrock e a Macquarie, um dos maiores grupos financeiros da Austrália, e outros, como a seguradora francesa AXA, o HSBC e o Citibank estiveram na sede do Banco Mundial.
“É uma forma de investidores institucionais ajudarem a reduzir as deficiências de infraestrutura em países em desenvolvimento”, afirmou o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, ressaltando que “vários trilhões de dólares” destes investidores procuram aplicações de longo prazo para aportar recursos.
“O lançamento de hoje vai mobilizar o setor privado para lidar com o enorme déficit em infraestrutura”, disse o presidente do Banco Mundial. O investimento privado em infraestrutura em países em desenvolvimento caiu de US$ 186 bilhões em 2012 para US$ 150 bilhões no ano passado. Mas para fazer face ao avanço das economias e crescimento da população, estes países terão que investir mais em geração de energia, abastecimento de água e estradas, destaca o comunicado.
Jim Yong Kim destacou ainda na entrevista que os fundos de pensão e seguradoras têm US$ 80 trilhões em ativos, mas menos de 1% do dinheiro está alocado em financiamento de projetos de infraestrutura. (Altamiro Silva Junior, enviado especial, altamiro.junior@estadao.com)