O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, manifestou sua “tristeza” nesta segunda-feira (6) em relação às vítimas do terremoto que atingiu a região italiana de Abruzzo, e se disponibilizou a enviar socorro, segundo informou a porta-voz da instituição Michele Montas.
Montas disse que a ONU entrou em contato com as autoridades italianas para se colocar à disposição, mas ainda não recebeu nenhum pedido particular. O terremoto, de 5,8 graus na escala Richter, deixou cerca de 150 mortos, segundo informaram fontes médicas.
Nesta segunda, a Assembleia Geral da ONU teve início com um minuto de silêncio, em memória às vítimas do abalo sísmico, atendendo ao pedido do presidente da sessão, Miguel D’Escoto Brockmann. Além dele, o embaixador italiano na instituição, Giulio Terzi, e outros diplomatas manifestaram sua solidariedade às vítimas.
O especialista da ONU em redução de desastres, Pascal Peduzzi, defendeu a construção de edifícios antissísmicos como a principal forma de prevenção contra terremotos.
“A atividade sísmica é caótica e é impossível prever com exatidão quando um terremoto acontece, mas são conhecidas as regiões sísmicas e, junto com a Grécia e a Romênia, a Itália está entre os países europeus mais expostos aos terremotos”, lembrou Peduzzi.
O especialista, que é conselheiro científico do International Strategy for Disaster Reduction (ISDR) da ONU, reforçou que nos últimos 40 anos os terremotos na Itália causaram quase seis mil mortes e geraram um prejuízo estimado em 20 bilhões de euros.
Segundo Peduzzi, é impossível adequar os prédios antigos, “mas os discurso é diferente em relação aos edifícios mais recentes, construídos depois da introdução de normas antissísmicas”. O especialista considerou também como “criminosas” as construções recentes que não foram projetadas para amenizar os efeitos de um eventual tremor de terra.
“Construir um prédio em respeito das normas antissísmicas aumenta os custos entre 3% e 5%. A falta de respeito (às normas) permitiria, portanto, economias ridículas”, criticou.
Peduzzi disse ainda que “os terremotos noturnos são em geral os piores, pois à noite as pessoas são pegas de surpresa e estão dentro de casa”, enquanto locais de trabalho como empresas e prédios públicos são “mais seguros”.