A presidente do Chile, Michelle Bachelet, assinou um projeto de lei que busca por fim ao sistema eleitoral binominal, que é visto como uma herança da ditadura militar. O sistema favorece a criação de dois grandes blocos políticos e distorce a preferência dos eleitores nas urnas.
A proposta de Bachelet prever aumentar o número de deputados para 154, de 120, e o de senadores para 50, de 38. Ela também propôs uma cota mínima de 40% de candidatas mulheres. A presidente argumentou que territórios mais povoados têm que eleger mais representantes que as demais regiões, por isso a necessidade de aumentar o número de congressistas.
Pelo atual sistema, metade dos eleitos em cada distrito é dado à coalizão desde que ela obtenha ao menos um terço dos votos. Na prática, isso significa que muitas eleições são decididas nos bastidores.
O atual sistema foi formado na ditadura de Augusto Pinochet e incentiva a formação de dois grandes blocos políticos, nos quais virtualmente nenhum pode se impor sobre o outro, o que dificulta a eleição de candidatos minoritários e independentes.
A iniciativa possui clara possibilidade de obter o apoio necessário no Congresso. O governo possui o apoio de 21 senadores e 71 deputados e, se todos votarem em linha com a proposta de Bachelet, restariam dois votos no Senado e um na Câmara Baixa para a aprovação. Fonte: Associated Press.