Um avião da Força Aérea da França disparou contra um veículo militar líbio às 18h45 de hoje, no horário local (13h45 em Brasília), na primeira ação contra o regime do coronel Muamar Kadafi desde que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) autorizou o uso de “todos os meios necessários” para conter os ataques contra civis no país.

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O porta-voz do Ministério da Defesa da França, Thierry Burkhard, disse em Paris que não houve ações hostis contra o avião francês. Aviões militares Rafale e Mirage começaram a sobrevoar a cidade líbia de Benghazi, controlada por rebeldes e sitiada pelas forças leais a Kadafi, pouco depois de um encontro de cúpula em Paris, que reuniu representantes de 22 países.

Segundo o presidente da França, Nicolas Sarkozy, os participantes da reunião concordaram em “acionar todos os meios necessários, particularmente militares, para forçar Kadafi a respeitar a resolução da ONU”. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou que “o tempo para agir chegou e a ação precisa ser urgente”.

Na tentativa de se aproveitar do período de tempo entre a aprovação da resolução, na quinta-feira, e o lançamento da operação militar internacional, o coronel Kadafi lançou uma ofensiva contra Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia e principal baluarte das forças de oposição. Em meio ao ruído de explosões e disparos de artilharia, um médico disse que 27 corpos haviam sido levados aos hospitais da cidade até o meio-dia. No fim da tarde, podiam-se ouvir os aviões militares sobrevoando a cidade e os disparos de artilharia haviam cessado.

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“Nossos aviões estão bloqueando os ataques aéreos contra a cidade de Benghazi”, disse Sarkozy. Pela manhã, um avião foi derrubado nos arredores de Benghazi. Os combatentes rebeldes celebraram a queda, mas o governo negou que qualquer de suas aeronaves tivesse sido abatida. O regime de Kadafi também negou que sua Força Aérea tenha atacado qualquer cidade hoje.

A televisão estatal líbia mostrou apoiadores de Kadafi convergindo para o aeroporto internacional de Trípoli e para um quartel da capital, aparentemente na tentativa de impedir ataques aéreos da coalizão internacional a esses locais. O governo também divulgou uma carta aberta de Kadafi aos governos dos países da coalizão, dizendo que “vocês vão se arrepender se ousarem intervir em nosso país”.

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Em Benghazi, moradores foram vistos reunindo móveis e pedaços de metal para fazer barricadas, enquanto jovens coletavam garrafas para fazer coquetéis molotov. No hospital Jalaa, o médico Gebreil Hewadi, integrante do Comitê de Saúde das forças rebeldes, disse que 27 corpos haviam chegado aos hospitais da cidade até o meio-dia. O médico egípcio Ahmed Radwan, que tem atuado como voluntário em Benghazi nas últimas três semanas, afirmou que “há mais mortos do que feridos”. As informações são da Associated Press.