Aviões e navios de guerra de Israel atacaram neste sábado (3) mais de duas dezenas de posições do Hamas, atirando contra depósitos de armas, centros de treinamento e casas de líderes do grupo palestino. Há, no entanto, sinais de que a fase atual de combates se aproximaria do fim. A maior parte dos ataques aéreos teve como alvo prédios vazios e lugares abandonados. As tropas terrestres israelenses continuam concentradas na fronteira, à espera de um sinal para invadir a Faixa de Gaza, mas esforços internacionais de um cessar-fogo também ganham força.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, visita a região na próxima semana, e o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, defenderam uma trégua monitorada internacionalmente. Nos ataques de hoje, o exército israelense atingiu as casas de dois membros do Hamas, afirmando que os prédios eram usados para estocar armas e planejar investidas. Postos, campos de treinamento e bases para lançamentos de mísseis também foram atingidos.
Um guarda noturno de uma escola na Cidade de Gaza foi morto, e quatro pessoas, incluindo um comandante de nível intermediário do Hamas, morreu por causa de feridas sofridas antes, disseram autoridades de saúde de Gaza. No início do dia, Israel lançou folhetos sobre o centro da Cidade de Gaza mandando as pessoas esvaziarem as ruas. O alerta foi sucedido por diversos ataques aéreos. Militantes palestinos lançaram seis mísseis no sul de Israel. Não houve feridos, embora um desses mísseis tenha atingido uma casa em Ashkelon, disse a polícia.
Israel abriu ontem, brevemente, a fronteira para permitir que cerca de 300 palestinos com passaportes estrangeiros fugissem da região. Esses refugiados falaram que sofriam com a falta de água, eletricidade e remédios. O coordenador humanitário para os Territórios Palestinos da ONU, Maxwell Gaylard, disse que cerca de 2 mil pessoas ficaram feridas na última semana e que “um número significativo” de mortos são mulheres e crianças. “Há uma situação de emergência neste momento na Faixa de Gaza”, disse.
Crise
Israel nega que haja uma crise humanitária na região e aumentou o embarque de produtos para Gaza. Os israelenses afirmam que limitaram os ataques aos militantes, enquanto tentam evitar mortes de civis. Embora as tropas terrestres continuem posicionadas para invadir Gaza, Israel deixou a porta aberta para uma solução diplomática, dizendo que aceitaria um cessar-fogo se fosse aplicado por monitores internacionais.
O líder exilado do Hamas Khaled Mashaal, falando de Damasco, na Síria, alertou que qualquer ataque por terra levaria Israel a “um destino negro de mortos e feridos”. Mashaal disse, no entanto, que o Hamas está “pronto para cooperar com qualquer esforço que ponha um fim na ofensiva de Israel contra Gaza, que suspenda o cerco e que abra todas as passagens”. O pedido de Israel para um monitoramento internacional parece ganhar força. Na ONU, Ki-Moon exortou líderes mundiais a intensificar os esforços para se chegar a um imediato cessar-fogo que inclua a monitoração da trégua e a possível proteção dos civis palestinos. Em Washington, Bush expôs a própria condição para o cessar-fogo em Gaza, afirmando que nenhum acordo de paz seria aceitável sem a interrupção do fluxo de armas contrabandeadas para grupos terroristas. As informações são da Associated Press.