Aviões de combate da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em uma missão de policiamento do espaço aéreo, interceptaram 22 aeronaves russas na última semana, incluindo duas das maiores detenções desde que as tensões com o governo da Rússia iniciaram, divulgou o jornal Financial Times.
Ao todo, as aeronaves da OTAN tiveram de conduzir interceptações de emergência em mais de 250 ocasiões esse ano na Europa, informaram oficiais da organização para o Financial Times. Este foi o maior número de casos em um período equivalente desde o fim da Guerra Fria.
A missão da Aliança de Policiamento do Espaço Aéreo Báltico conduziu 120 destas interceptações. Em todo o ano passado, foram registrados 400 desses casos – o que, segundo o Financial Times, a OTAN vê como um crescimento no número e na seriedade das provocações aéreas da Rússia.
“No ano passado, a atividade aérea russa perto das fronteiras da OTAN aumentou em quantidade e em complexidade”, disse um oficial. “As aeronaves da Rússia geralmente voam sem os transponders ligados, sem divulgar planos de voo e sem comunicarem-se com autoridades do tráfico aéreo”, comentou.
A Agência de Segurança Aérea da Europa – uma instituição civil – declarou em abril que os voos da Rússia representam um “grande risco” para a aviação civil.
Segundo a reportagem do Financial Times, em janeiro, o Reino Unido convocou o embaixador russo em Londres para dar explicações, após aviões com capacidade nuclear interromperem o tráfico aéreo civil na região.
Em outubro passado, os estados da OTAN foram obrigados a enviar aviões de combate para diversas localidades por um período de 48 horas em resposta a “manobras militares” na fronteira do espaço aéreo da organização.
De acordo com o Financial Times, a OTAN dobrou o tamanho da sua missão de policiamento aéreo esse ano como resultado das ações da Rússia. (Gabriela Korman – gabriela.korman@estadao.com)