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Avião que caiu na Indonésia não tinha condições de voar, diz relatório preliminar

Dados da caixa-preta do avião da Lion Air que caiu no final de outubro na Indonésia com 189 passageiros mostram que, enquanto os pilotos tentavam controlar o voo, um sistema automático forçou o nariz da aeronave para baixo repetidamente. As informações fazem parte de um relatório preliminar sobre o acidente aéreo.

Ainda não há uma conclusão sobre o caso e os investigadores estão concentrados em descobrir as razões pelas quais o sistema automático tenha forçado para baixo o nariz do avião, modelo Boeing 737 MAX 8.

A queda da aeronave aconteceu no dia 29 de outubro, matando todos os 189 passageiros a bordo quando o avião mergulhou no Mar de Java minutos depois da decolagem.

Para o Comitê Nacional de Segurança em Transportes da Indonésia, a aeronave não deveria ter decolado. De acordo com a avaliação do órgão, o avião já havia demonstrado um problema técnico no voo anterior, de Denpesar para Jacarta.

“Em nossa opinião, o avião não estava em condições de voar e não deveria ter continuado”, disse Nurcahyo Utomo, responsável pelo subcomitê de acidentes aéreos, em coletiva de imprensa.

No início de novembro, dados da caixa-preta revelavam que o avião apresentou problemas de velocidade nos seus últimos quatro voos. Em um informe preliminar, o comitê não revelou as causas do acidente, mas recomendou que a companhia aérea deve reforçar suas medidas de segurança.

O texto afirma que a Lion Air precisa “melhorar sua cultura de segurança” e garantir que “todos os documentos operativos” que detalham os reparos nos aviões sejam preenchidos adequadamente.

O relatório final sobre o caso será divulgado apenas no ano que vem. No documento preliminar, não há recomendações para a Boeing, fabricante da aeronave.

O porta-voz da Boeing, Charles Bickers, disse que a empresa está “tomando todas as medidas para entender completamente todos os aspectos deste acidente”.

A empresa disse na semana passada que continua confiante na segurança do 737 MAX e que tinha dado às companhias aéreas ao redor do mundo duas atualizações para “enfatizar procedimentos existentes para estas situações”.

“Estamos profundamente tristes com a perda do voo 610 da Lion Air. Sinceras condolências às famílias e entes queridos daqueles a bordo. Analisaremos qualquer informação adicional assim que estiver disponível”, disse a fabricante no comunicado.

Pilotos da American Airlines e Southwest Airlines reclamaram este mês que não receberam todas as informações sobre o novo sistema no MAX. Mais de 200 jatos deste modelo foram entregues para companhias aéreas em todo o mundo. (Com agências internacionais)

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