Peritos em aviação civil da França anunciaram neste sábado que uma forte fumaça foi detectada a bordo do voo MS-804 da companhia aérea Egyptair instantes antes da queda no Mar Mediterrâneo, que causou a morte de 66 pessoas na quinta-feira. A informação faz parte das mensagens automáticas enviadas instantes antes da tragédia pelos sistemas eletrônicos do Airbus A320. Segundo esses dados, uma espessa nuvem de fumaça foi detectada em um banheiro e em um compartimento situado atrás da cabine dos pilotos, um local em que se situam equipamentos eletrônicos que comandam a aeronave.

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O conteúdo do Aircraft Communications Addressing and Reporting System (Acars) foi revelado pelo site especializado Aviation Herald e foi confirmado na manhã de sábado pelo Escritório de Investigação e Análise (BEA), órgão do governo francês que auxilia na apuração das causas do acidente. “Uma fumaça intensa detonou os alarmes na parte frontal do aparelho, onde estão situadas partes vitais de seu sistema eletrônico”, explicou a porta-voz do BEA.

Essas informações, no entanto, não são suficientes para concluir se houve uma falha técnica ou um atentado a bordo, mas contribuem para afastar uma terceira hipótese: a de suicídio do piloto – como ocorrido em março de 2015 com o voo 9525 da companhia alemã Germanwings.

A possibilidade de atentado terrorista também perde força com o passar dos dias, já que nenhum grupo terrorista, como o Estado Islâmico, por exemplo, reivindicou a autoria de um ataque contra o avião da Egyptair. Em reunião em Paris com familiares das 15 vítimas francesas que estavam entre os 56 passageiros do avião, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault, afirmou que “todas as teorias estão sendo examinadas e que nenhuma é privilegiada” até o momento.

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Enquanto em Paris a investigação avança, no Mar Mediterrâneo seguem as buscas aos destroços do Airbus. As Forças Armadas do Egito divulgaram as primeiras fotografias de objetos repescados nas últimas horas. Entre os destroços estão partes da fuselagem, coletes salva-vidas e pertences pessoais dos passageiros. Restos mortais também foram encontrados.

O governo egípcio anunciou ainda que está reduzindo a superfície de busca já que os objetos localizados apontam uma área mais precisa, situada a cerca de 290 quilômetros ao norte da cidade de Alexandria, na costa do Egito. Imagens de satélite captadas pela Agência Espacial Europeia (ESA) também indicaram uma mancha de óleo a cerca de 40 quilômetros do último ponto de contato entre a tripulação e as autoridades aeroportuárias da Grécia.

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É nessa região do Mar Egeu – parte do Mediterrâneo – que o corpo do avião teria afundado, a profundidade que pode chegar a 2,5 mil metros. O governo do Egito já contatou outros países para solicitar auxílio técnico para realizar as buscas no fundo do mar. Desse trabalho deve depender o resgate da maior parte dos corpos de vítimas e também do Cockpit Voice Recorder (CVR) e do Flight Data Recorder (FDR), as duas caixas-pretas do aparelho.