As eleições do Sudão, que duraram cinco dias e terminaram na última quinta-feira, não se adequaram aos critérios exigidos pelos padrões internacionais, de acordo com Veronique de Keyser, chefe da equipe europeia que monitorou o pleito. Segundo ela, entre as deficiências observadas, estavam a ausência de nomes nos registros de votos e a intimidação dos eleitores.

continua após a publicidade

“Embora essas eleições tenham cimentado o caminho para o progresso democrático, é essencial que os problemas sejam abordados”, disse Keyser a repórteres durante uma entrevista coletiva na capital do Sudão. “Além de deficiências nas listas de eleitores, também estou preocupada com o resultado da votação ter sido afetado por intimidação dos eleitores”.

O ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, que comandou uma missão de avaliação paralela, chegou a uma conclusão similar. “Ainda é muito cedo para anunciar uma avaliação final e geral, mas é óbvio que as eleições ficarão abaixo dos padrões internacionais esperados em democracias avançadas”, disse Carter durante uma entrevista coletiva. “As expectativas das pessoas não foram atendidas.”

As eleições no Sudão – as primeiras multipartidárias em 24 anos – foram uma exigência de um acordo de paz firmado em 2005 que acabou com uma guerra civil entre a maioria árabe e muçulmana e a minoria cristã do país. Cerca de 2 milhões de pessoas morreram durante o conflito.

continua após a publicidade