Autoridades trabalham hipótese de atentado terrorista contra avião da Egyptair

Um atentado terrorista é a causa mais provável para explicar a queda do voo MS-804 da companhia aérea Egyptair, que desapareceu ao realizar o voo Paris-Cairo na madrugada desta quinta-feira. A avaliação foi feita pelo ministro egípcio da Aviação Civil, Sherif Fathy, minutos após o governo da Grécia informar que destroços da aeronave Airbus A320 foram localizados ao sul da Ilha de Creta, no Mar Mediterrâneo.

Pela manhã, a Airbus, as autoridades aeronáuticas da Grécia e o presidente da França, François Hollande, confirmaram a perda do voo MS-804, que fazia a ligação entre Paris, na França, e Cairo, no Egito. Um total de 66 pessoas, dos quais 56 passageiros, três seguranças e sete tripulantes, morreram na queda do aparelho, no início das águas territoriais egípcias. As circunstâncias da tragédia são desconhecidas, mas o governo francês desde o início aventou a possibilidade de ação terrorista.

Já o informe da Airbus, publicado na página da empresa, não arrisca uma análise. “A Airbus lamenta confirmar a perda do A320 da Egyptair, voo MS-804”, diz a fabricante de aviões, que não entra em detalhes sobre as possíveis causas da queda. Segundo a empresa, o aparelho, registrado sob o número de série MSN 2088, foi entregue à Egyptair em novembro de 2003 – portanto não antigo demais – e era comandado por uma tripulação que tinha 48 mil horas de voo. “Até aqui não temos mais informações. A Airbus está à disposição da agência de investigação francesa, o BEA, e das autoridades encarregadas da investigação para fornecer toda a assistência técnica necessária.”

O desaparecimento dos radares aconteceu às 2h29, horário de Paris – 21h29 de Brasília -, supostamente próximo à ilha grega de Karpathos, mas já em águas territoriais egípcias. O avião, que não tinha apresentado nenhum problema mecânico, elétrico ou eletrônico e sua última manutenção, trafegava a 37 mil pés de altitude e não emitiu um alerta de “mayday” ou advertências automáticas antes de se chocar contra as águas do Mediterrâneo. Balizas de localização, entretanto, indicaram a localização de parte dos destroços.

Além das autoridades egípcias, o governo grego também enviou dois aviões e helicópteros de busca à região, segundo o comandante da aviação civil grega, Constantin Litzerakos. Segundo o Ministério da Defesa da Grécia, a aeronave perdeu 22 mil pés de altitude de forma brusca, após realizar duas manobras anormais: uma curva de 90º à esquerda, seguida de um movimento de 360º à direita, o que segundo o ministro Panos Kammenos indica que o aparelho estava fora de controle.

Entre os passageiros do avião, havia 30 egípcios e 15 franceses, além de dois iraquianos, e um britânico, um belga, um português, um canadense, um argelino, um saudita, um sudanês, um chadiano e um kuwaitiano.

Em função da tragédia, uma reunião ministerial de crise foi convocada pelo presidente da França, François Hollande, para discutir a hipótese de atentado terrorista. Tanto a França, quanto o Egito, são alvos do grupo jihadista Estado Islâmico, e os dois países são parceiros políticos e militares na luta contra o extremismo muçulmano.

Em pronunciamento, Hollande não descartou a possibilidade. “Nenhuma hipótese está descartada, nenhuma está sendo privilegiada”, disse, informando ter colocado à disposição das autoridades egípcias e gregas navios e equipamentos para auxiliar nas buscas. “Quando soubermos a verdade, teremos de tirar todas as conclusões. Que seja um acidente ou um atentado terrorista.”

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